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Uhuuu, mais um conto! Desculpem a demora, mas andei fazendo tantas coisas novas que nem reparei que andei meio em falta com vocês! ^^


Esse conto é uma homenagem ao dia do escritor, então espero que gostem! =D






Zack
e Jessi – personagens do livro A Caçadora
Autora:
Vivianne Fair
Ora, bolas! Vou dizer uma coisa, meninas:
Não se apaixonem pelo vampiro que vocês tem que matar! Por quê? Porque suas
finanças podem cair muito! Minha conta do banco está mais funda que buraco de
toupeira dentro do poço.
É por isso que pensei em vender algumas
coisas, sabe? Quer dizer, eu sei que não vou poder caçar nenhum vampiro até a
conta do meu celular entrar na sexta. Então preciso urgentemente de dinheiro. O
que eu poderia vender? Bem, meus livros, né? Afinal, já li todos e acho que
livros tem que ser constantemente lidos. Vou estar fazendo uma boa ação para
meus pequenos.
Não vou poder vender nenhum da série do
Crepúsculo ou Diários do Vampiro ou qualquer outro que tenha a ver com vampiros
românticos. Por quê? Zack riscou todos eles (ele risca os nomes dos principais
e escreve ‘feioso’ no lugar) ou apenas arrancou as páginas mais sexy e os finais de cada um.
Zack diz que faz mal eu ficar lendo esse
tipo de coisa. Pelo menos os livros do Drácula e os escritos pela Anne Rice ele
poupou (segundo ele, um pouco de sangue no livro não faz mal a ninguém).
Reuni meus livros de outras séries, como Ladrão
de Raios, por exemplo, e saí com eles em minha malinha. Zack não ia poder me
perturbar já que eram 2 da tarde e ele devia estar no quinto sono. Cruzei a
cidade calma e tranquila fazendo as contas do quanto eu receberia no sebo. Enquanto
o homem estava avaliando meus livros na loja, procurei me segurar e não acabar
gastando todos os meus trocadinhos ali mesmo. Tenho que aprender a me segurar
um pouco. Talvez eu pegasse alguns livros emprestados do Zack. Afinal, eu sei
que ele tem um monte.
Isso se já não leu todos os livros do
mundo!
O atendente virou para mim coçando a
cabeça.
– Desculpe, moça, mas…apesar dos livros estarem
em ótimo estado, eu não posso pagar muito por eles. Afinal, estão todos
carimbados nas páginas centrais…
Meu coração deu um pulo.
– Como assim? Tenho certeza que cuidei bem
deles, deve haver um engan…
Foi quando estiquei meus olhos para onde
ele estava apontando. No centro da página de um dos livros de John Green havia
um carimbo enorme no meio das letras.
Selo Zack de aprovação? Mas o que… ele
não ousaria…ele não…
Comecei a respirar ruidosamente como se
fosse um touro. Sei lá se touros respiram desse jeito, mas com certeza eu daria
uma tremenda chifrada se alguém dissesse alguma gracinha. Provavelmente fiquei
vermelha também porque o rapaz correu para pegar um copo d’água antes mesmo de
me perguntar se eu queria.
– Desculpe, senhora, mas é porque…
– Pode deixar – cortei-o, sem querer
descarregar minha raiva no atendente – vou resolver isso, obrigada.
Meus livros não estavam arruinados, mas era
claro que eu não ia conseguir um bom preço neles. Quando aquele canalha havia
carimbado meus livros? Pior, quando foi que ele mandou fazer esse carimbo? Só
pra me atazanar?
Quando voltei para meu quarto na
universidade a única coisa que martelava em minha mente era: VINGANÇA!
Calma, Jessi, calma. Ele não sabia que você
planejava vender seus livros. Era para fazer uma das gracinhas que sempre te
tiram do sério. Apenas respire e depois tire satisfação com ele…
Uma pinóia! Ele vai me pagar é agora!
Pinóia? Ainda bem que não falei isso perto
dele.
Normalmente costumo tomar mil cuidados
quando tenho que invadir o quarto de zack, mas desta vez meus nervos estavam à
flor da pele.
Ok, mentira. Só invado o quarto de Zack
quando estou mesmo a ponto de explodir.
Andei pelo jardim sem nem olhar para os
lados ou para a cara das meninas da torcida que simplesmente se roem de ódio
por eu invadir o prédio de Zack com a maior cara de pau.
Ninguém tem coragem de fazer isso a não ser
eu. Quer dizer, uma vez Linda, a líder do seu fã-clube teve, mas levou um fora
tão cruel do meu vampiro que chorou as mágoas no colo do seu namorado(?).
Só dá maluco nesse lugar.
Pensei em chutar a porta pra entrar, mas
isso faria Zack acordar de repente e me atacar. Certo, isso nunca aconteceu,
mas vai que…?
Usei minha entrada de sempre – meu pé de
cabra – e arrombei o quarto em silêncio. Estou ficando mesmo muito boa nisso.
Ele dormia como um anjinho. Só dormindo
mesmo para parecer um.
Lancei um olhar discreto para sua cama e
para minha decepção estava coberto até a cabeça. Dei de ombros. Não vim atiçar
meus hormônios.
Andei pé ante pé até o armário e o abri
lentamente para que não rangesse. Tinham alguns livros ali. Puxei-os devagar e
suspirei. Nada caiu sobre mim.
Liguei a lanterna. Era de se esperar:
Drácula, Entrevista com o Vampiro, Dexter…e que livro de capa dura era aquele
no canto da estante? Parecia ser muito antigo. Talvez não valesse nada, mas…
Puxei-o lentamente e assoprei sobre a capa
para remover a poeira. Não havia imagens, mas parecia muito bem conservado.
Dentro havia um título escrito com letras douradas: ”Beleza imortalizada”
É, bem a cara dele mesmo.
Coloquei o livro na bolsa junto com os
outros. Nem me preocupei em fechar a porta do armário. Afinal, por causa da
porta arrombada ele já ia saber que estive lá mesmo.
Corri para o sebo antes que fechasse.
Despejei os livros sobre a mesa.
– Pronto, querido! Aqui tem mais alguns
livros que não estão carimbados. Quero vendê-los todos!
Com pena do Zack? Olha minha cara de
preocupada.
Desculpe, estou zangada. Detesto quando ele
arruina minhas coisas.
De repente reparei que o rapaz ficara
pálido como cera.
– Você está bem?
Ele segurava o livro de capa dura com
veneração.
– Esse…esse livro…é…
– Velho, né? Eu sei, mas dá para conseguir
alguns trocados com ele?
Ele me olhou como se eu tivesse acabado de dizer
que vi a mãe dele enchendo a cara no bar ali da esquina.  
– Esse livro é…um exemplar raríssimo!
Deve valer milhares de dólares! Esse autor está desaparecido e os livros
simplesmente…bem, dizem que o autor colocou fogo em todos depois de um ataque
de loucura e que apenas um exemplar restou. E este…se for falsificado ainda
assim é uma raridade! O autor é uma lenda!
Fiquei perplexa. Como Zack tem um livro
assim guardado em seu armário com tanto descuido?
– Não podemos pagar por esse livro,
mas…sugiro que procure um avaliador! Você pode ficar rica, moça!
Ainda bem que tem gente honesta neste
mundo. Eu jamais saberia que um livro daqueles era tão bem visado assim. Só tinha
uma coisa a fazer.
Ler, né? Quando é que eu tenho a
oportunidade de ter algo caro em minhas mãos? Graças ao Zack, nunca!
Ironicamente que, graças a ele, agora eu
teria…mas enfim.
Voltei à universidade, empolgadíssima. Quase
não me aguentei e comecei a ler antes mesmo de chegar ao quarto. Não sei se foi
por saber que o livro era tão caro, mas realmente estava bem escrito…era uma
história fascinante sobre o quanto um homem belo procurava esconder-se do mundo
para não ofuscá-lo e percebeu que haviam muito mais coisas mais belas do que
ele, mas que poucos eram capazes de enxergar. A princípio achei o personagem bem
pretensioso, mas conforme o tempo passava, percebi que ele tinha uma alma bela,
mas havia sido amaldiçoado – haha – com uma beleza tão estonteante que
sentia-se mal por não ser como os outros. Só que ele passou a perceber como tudo
ao redor dele era ainda mais belo, mas ninguém queria ver e ele sentia-se cada
vez mais só…
Desculpem o spoiler, mas vocês não teriam
um exemplar desse, então só estou ajudando. No final, o homem resolve se isolar
e usar uma máscara criando uma falsa história sobre ter sido queimado em um
teatro.
– Queimado em um teatro? Isso não parece
ser…?
– Do Fantasma da ópera? É, fui ele por um
tempo…não achei que me tornaria uma lenda. De novo.
Estava tão empolgada com o livro que não
percebi que havia passado mais de uma hora lendo e não o havia visto entrar.
Zack estava encostado no batente da minha porta, com o corpo meio jogado de
lado, uma sobrancelha levantada e uma cara de poucos amigos.
– Não me lembro de ter te emprestado esse
livro.
Eu não conseguia responder. Comecei a
gaguejar.
– Você…meus livros…você carimbou…quem
escreveu esse livro maravilhoso? Não tem foto do autor! E o que quer dizer com
você ser o Fantasma da Ópera?
– Para poder me ocultar aos olhos humanos precisei
de um disfarce. Coloquei uma máscara e fiquei zanzando por um teatro
abandonado, mas me acharam e tive que fugir. Depois criaram uma história meio
louca de que eu estava apaixonado por uma mulher que era noiva de um
cara…bem, o musical é legal.
Eu apertei o livro contra o peito. Eu não
podia deixá-lo me tomar aquele exemplar.
– O…o autor te conhecia? Ele escreveu
essa história baseado em você? Meu Deus, quem me dera tê-lo conhecido! Devia
ser uma alma tão…tão…
Zack ergueu uma sobrancelha e me fitou com
olhar divertido.
– Jessi, você sabe que já fui de tudo nessa
vida, não é? Engenheiro, construtor, mecânico, professor, ator, carteiro,
entregador de geladeira…
– O que quer dizer?
Ele puxou o livro delicadamente da minha
mão – porque do jeito que estava agarrada nele era bem possível que o mordesse –
e abriu a última página do livro, entregando-o de volta.
Em uma parte bem no canto estava escrito: “Zack
Redpath”.
Eu o olhei feito uma estátua de cera.
– V-v-v-vo-você que escreveu? Você escreveu
o livro mais lindo que li em minha vida?
Ele deu de ombros e sorriu.
– É. Viu? Melhor que crepúsculo. Bom,
qualquer coisa é melhor que…
– Cala essa boca – cortei antes de ficar
zangada com ele, já que ainda estava maravilhada – mas o rapaz do sebo disse
que é um exemplar raríssimo! Que o autor enlouqueceu e queimou todos os livros!
Ele torceu o nariz.
– Ô gente exagerada. É, eu queimei os
exemplares porque o livro falava demais de mim e estava me tornando um alvo
fácil. Só tinha escrito o livro por não ter tido nada melhor pra fazer antes do
filme que ia passar de madrugada. Publiquei por diversão. Mas o problema é que
não esperava tanta repercussão. Precisei dar um fim nisso. Não vai largar esse
livro?
Eu ainda estava agarrada nele.
– Você…tem uma alma de poeta…
– Ih, safadinha, não gosto quando você fica
me olhando desse jeito. Prefiro quando está zangada.
– Eu fico zangada depois! Por enquanto
estou fascinada! Nossa, você é…
– Maravilhoso, poeta, um sonho, sei de tudo
isso. Mas vou dar um jeito de quebrar esse encanto todo, você vai ver.
– Bem, se alguém tem a capacidade de fazer
isso, é mesmo você.
Saímos do quarto em direção à primeira aula
– antes escondi meu exemplar debaixo do colchão. Zack o deu pra mim já que era
tão importante, mas não estou pensando em vender. Ainda.
Quando entramos na sala, eu ainda estava
meio muda e Zack fez de tudo para me tirar daquele sonho. Puxou meu cabelo,
jogou bolinhas de papel, tacou borracha, mas nada. Até que ele se aborreceu de
verdade e ficou me olhando de lado. Ao olhar para um lado da minha saia,
sorriu. Devia ter descoberto que era uma  Tommy
Hilfiger
, pela etiqueta. Mas o que poderia fazer? Não tinha fio solto e nem
botão pra ele arrancar.
O professor se aborreceu por estarmos
conversando e me mandou resolver um problema no quadro. Claro que não chamou o Zack;
provavelmente o vampiro resolveria de 3 modos diferentes e ainda daria uma aula
sobre o assunto. Preferiu chamar a burra da sala.
Levantei e dei uma puxadinha na saia para
desamarrotar. Zack deu um tapa no meu traseiro e rosnei.
– Posso estar encantada com você, mas não
abuse!
Quando me aproximei do quadro, a confusão
reinou na sala. Havia risadas por toda a parte e o professor mal podia conter a
turma, já que afinal também estava tentando se conter. Tentei entender o motivo
de eu ser a piada agora, e finalmente me dei conta.
Na minha saia nova, bem atrás havia um
carimbo.
Selo
Zack de aprovação
.
Quando parti para cima dele, não lembro
muito bem das coisas, mas fui suspensa por três dias.
Três dias que passei lendo o livro de novo
e de novo no quarto.    
Vivianne
Fair

E aí? Gostaram?? rsrs :

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Sobre o Autor

Vivianne Fair
Vivianne Fair

Autora de diversos livros premiados tais como O Legado do Dragão, Quem precisa de heróis? e a trilogia A Caçadora. Gosta de inventar coisas para fazer e ama ler (obviamente)!

11 Comentários

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  1. kkkkkkkkkkkkkkkkk gente o Zack trabalha com o que agora em?
    e caroso eu podia ser rico, mais sei lá só trabalhar a noite é muito loko, kkkkkkkkk imaginem Jessi batendo nele na sala de aula kkkkkkkkkk :'D huehuehue

  2. Genteeee como eu estava sentido saudades dos contos! Quase me acabei aqui de rir! kkkkkkkk
    Zack faz de tudo um pouco…um pouco nada! Quando ele faz é o melhor no assunto! kkkkkkkkkkkkk
    E como sempre, ele é o MELHOR em tirar a Jessi do serio! kkkkkkkkk
    Amei!
    Bjusss

  3. Viviiiii, nossa q saudade desses dois! Faz um século que passei aqui >.< acompanhei o Recanto por um bom tempo, mas depois acabei me distraindo com outras coisas, ooooh arrependimemto!

    Adoooorei o conto e vou tratar de me atualizar de onde parei.

    bjoo'

  4. May: Hahaha, que bom! É, ele não curte encantar ninguém (-q?) XD Beijos!^^

    Aline: Ele é de tudo, né? haha, que bom que gostou, Aline! Mas acho que não me incomodaria com minha conta bancária zerada se ele estivesse pro perto! rs Obrigada! ^^

    Ly: Hahahaha! Ele é raríssimo! Pois é, mas você viu como ele é gente fina?? Não queria ser popular e se livrou de todos, viu? Ele não vai ser competição pra você! hehe! ^_~

    Nanda: hahaha, não é??

  5. Puq fas issuh cum nois?

    Agora quero ler esse livro! D=

    Cara, o zack já foi tudo nessa vida, até escritor? aí não vale! Querer competir com o Zack na New York times bestsellers é covardia! D=

  6. Eu já tava com saudades dos contos. Adorei o selo Zack de aprovação. Haha ri muito. Zack também escreve? Ele é completo, é a perfeição. Tadinha da Jessi com Zack por perto fica bem difícil ela salvar a conta bancária.
    O conto ficou muito bom, Vivi.
    Aline Silva

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